Após demissões devido à crise deflagrada pelo coronavírus no Ceará – previsão de 7 mil trabalhadores demitidos no setor de bares e restaurantes até este fim de semana -, diversos setores produtivos acentuaram cobranças ao Governo do Estado.

Os empresários já estão apresentando ao Executivo estadual estratégias de suporte e sobrevivência aos negócios.

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O foco seria o de manter saudáveis as pequenas e médias empresas locais – categoria que mais deve sofrer com as medidas para conter o surto de Covid-19 no Estado.

Ceará: Após Milhares De Demissões, Setor Produtivo Acentua Cobranças Ao Governo Do Estado 21 de março de 2020

Obrigações

Entre elas estão a isenção de obrigações tributárias e flexibilização das relações de trabalho durante o período de crise na Saúde.

Já a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) disponibilizou um vídeo com recomendações aos empresários do setor sobre como reduzir os danos econômicos pelo congelamento do mercado.

Com o Governo do Estado recomendando o isolamento social das pessoas em casa, o consumo local deverá cair e a produção em seguida.

A preocupação, explicou, é manter os negócios vivos para que eles possam manter os empregos ativos, sem prejudicar as pessoas. “O comércio concorda com todas as medidas adotadas pelo Estado para preservação da vida humana. Mas o que tem me preocupado é o olhar diferencial para cuidar das empresas.

Não é prorrogando o pagamento de impostos que você vai salvar a vida das empresas. Nós estamos em guerra e precisamos que o Estado renuncie a carga dos impostos para que as empresas possam garantir os empregos”, disse Freitas.

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O presidente da FCDL ainda reforçou que o pedido será enviado tanto ao Governo do Estado quanto para a Presidência da República, para que as medidas possam ter tomadas em todos os âmbitos do País.

O mercado precisa de ações efetivas antes que morra. O meu negócio a preocupação é segurar os empregos. Quem tem que segurar a situação é o Estado como um todo”, disse.

Início dos cortes

Nos bares e restaurantes do Ceará, pelo menos cinco mil trabalhadores já foram demitidos. O número pode aumentar para sete mil despedidos até este fim de semana.

Assim sendo demissões são consequência da crise ocasionada pelo novo coronavírus, que obrigou o Governo do Estado a publicar um decreto na última quinta-feira (19) proibindo o funcionamento de estabelecimentos comerciais, como bares e restaurantes em todo o Estado.

Recomendações

Sobretudo as formas de enfrentar a crise, a gerente jurídica da Fiec, Natali Camarão elaborou uma lista de recomendações aos empresários sobre como lidar os regimes trabalhistas durante a parada das atividades e reduzir os impactos econômicos. Uma das recomendações da especialista é a aplicação de férias coletivas aos funcionários, mesmo para aqueles que não tenham completado o tempo mínimo.

Assim sendo o gerente jurídica também disse que as empresas poderão reajustar a proporção de salário e carga horária dos funcionários caso haja acordo entre as partes. A medida segue recomendação do Ministério da Economia de cortar os salários em 50% referente a uma redução proporcional às horas trabalhadas.

Obras

Focado também na saúde dos empregados, o Sindicato da Indústria e da Construção Pesada do Ceará (Sinconpe) também enviou um pedido ao Governo do Estado, mas para que as obras públicas sejam paralisadas. Segundo o presidente da entidade, Dinalvo Diniz, nenhuma das obras no Ceará foi parada, mas a medida pode gerar riscos à saúde dos operários e das empresas.

Sendo assim, o Sincope enviou um pleito ao Estado por meio da Fiec, entidade à qual é filiada, para que as obras sejam paradas. Na manhã dessa sexta-feira (20), uma equipe de operários foi avista no canteiro do Anel Viário.

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Demandas do varejo:

Renunciar, durante o período de paralisação das atividades econômicas, a todas obrigações tributárias, previdenciárias, sociais, fiscais e trabalhistas;

Suspender a fluência de todos os prazos de defesa, contestação e recursos nos processos judiciais e administrativos fiscais;

Determinar suspensão de inscrição de débitos em dívidas ativas, protestos e execuções fiscais;

Desenvolver junto aos bancos públicos linhas de créditos especiais e diferenciadas para a composição do capital de giro das médias, pequenas e microempresas;

Suspender a realização de auditorias fiscais, enquanto durar o período de instabilidade;

Renegociar débitos fiscais, abrangendo apenas o valor do tributo (principal), com a exclusão de multas, juros, correção monetária e demais encargos legais; com parcelamento em até 120 parcelas.

Constituir um Fundo que garanta o pagamento dos aluguéis das micro e pequenas empresas;

Flexibilizar as relações trabalhistas;

Dispensar todos os custos referentes às taxas de alvarás de funcionamento para atividades que não ofereçam alto risco à sociedade;

Preservar o funcionamento das mercearias nas regiões metropolitana e interiorana, fonte de abastecimento das classes sociais menos favorecidas.