Witzel falou sobre falta de testes, atraso no resultado dos exames, isolamento social e sobre o Hospital Zilda Arns, em Volta Redonda.

Nesta sexta-feira, Wilson Witzel, governador do Rio de Janeiro, se comentou a situação do coronavírus na região sul do estado.

O sul do Rio de Janeiro já somam três mortes pela doença — dois idosos em Volta Redonda e uma em Miguel Pereira — além de outros 60 casos confirmados.

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wilson witzel

Abaixo a entrevista com o governador Wilson Witzel, feita pelo telefone, no  RJ 1.

Falta de testes

“Nós estamos fazendo uma análise estatística para poder atender primeiro as áreas mais tensas, com maior densidade demográfica, e a prioridade são as comunidades do Rio de Janeiro, onde nós precisamos identificar as casas em que há mais moradores e poucos cômodos e se houver alguém infectado, essa pessoa tem que sair e ficar numa quarentena pra evitar que ela contamine rapidamente as demais pessoas que estão no imóvel, inclusive, idosos e pessoas com dificuldade de rápida recuperação. Então, a estratégia da Secretaria de Saúde vai ser priorizar essas comunidades. Na medida que os testes forem chegando, nós vamos tentar chegar também no interior. A dificuldade é muito grande. Esses insumos estão em falta no mercado. O mundo inteiro tá comprando testes. Nós vamos receber um número, que ainda não tá confirmado, essa semana pra começar os testes”.

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Demora nos resultados dos exames

“O teste rápido em 10 minutos já te dá a resposta. Os testes que são em laboratório demoram mais, a dificuldade é maior. Mas nós estamos com pouco mais de 700 testes na fila de espera e a nossa curva está bastante razoável, tá achatada. O que vai nos dar tempo de até 30 de abril estarmos com mais de 1,2 mil leitos pra que a gente possa receber as pessoas com uma deficiência crônica de respiração.

É uma situação muito difícil, mas nós vamos conseguir superar, vamos vencer juntos essa crise. É um momento de observar a recomendação das autoridades, dos prefeitos, do governador, do ministro da saúde. Sair agora pra rua, voltar a vida normal, nós vamos rapidamente infectar muita gente. Vai chegar em casa, vai infectar os idosos.

Eles vão ficar com dificuldade respiratória, porque isso é estatística, isso são dados médicos. As nossas UTIs tem que estar preparadas para recebê-los. Então, isso é uma questão muito importante da população entender. Nós estamos agindo com toda a nossa força de trabalho e a Secretaria Estadual de Saúde tá estrategicamente preparando todo o estado pra superar essa crise”.

Hospital Regional Zilda Arns

“Nós temos mais de 200 leitos no Hospital Zilda Arns e está preparado pra receber, inclusive, ambulâncias aéreas e atender toda a região. Para esse primeiro momento, é razoável o que já temos, além de Volta Redonda que também tá montando outro hospital de campanha. Resende também está se preparando com leitos suficientes. A estratégia da Secretaria Estadual de Saúde tá sendo vista como bastante razoável e tudo certo pra preparar as cidades”.

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Isolamento social

“A informação que eu tenho é que os prefeitos estão fazendo, em parceria com a Polícia Militar, Guarda Municipal, Secretaria de Saúde, Vigilância Sanitária, estão fazendo um controle com uma barreira sanitária nas estradas estaduais, nas entradas dos municípios. A informação que eu tenho é que nós estamos com esses controles. Então, com isso, me deixa com uma certa tranquilidade que todos que estão entrando estão sendo olhados a temperatura, conversa com as pessoas, e identificam possíveis pessoas que estejam contaminadas e orientam pra quarentena. Então eu acredito que nós estamos agindo de forma correta e a informação é de que os prefeitos estão colaborando muito”.

Empresas fabricantes de protetores faciais

“A orientação que eu dei pra Secretaria de Saúde é exatamente esta. É entrar em contato com as empresas que podem produzir. A informação que eu tenho é que está faltando matéria prima pra algumas empresas, mas a secretaria está em contato com as empresas através da Firjan pra poder identificar quem pode produzir equipamentos individual e ajudarmos na crise. Essa tem sido a minha orientação. Temos conversado com todas as empresas pra poder fazer essa compra aqui no Estado do Rio de Janeiro, porque não há, hoje, condições de comprar fora do Brasil. A China está cancelando as comprar, porque tá fornecendo pros Estados Unidos, porque a crise lá tá realmente gravíssima e a quantidade por mortes por dias supera mil pessoas. Então é uma dificuldade muito grande comprar fora. O novo objetivo é efetivamente estar comprando das empresas aqui do Estado do Rio de Janeiro”.

Essa foi a entrevista na íntegra dada pelo Governador Wilson Witzel, nesta sexta-feira (3).

Para mais informações sobre a região sudeste, acesse.