Entretanto ele voa baixo, a cerca de três metros do chão, mas pode desinfectar um hectare (10 mil metros quadrados) em um período de oito a 10 minutos . O drones Pelicano 2020, da porto-alegrense SkyDrones, é uma das iniciativas pensadas por voluntários e empresas para ajudar a Capital no combate ao coronavírus.

Assim sendo aeronave não tripulada entrou em ação em um teste feito no Parque Harmonia e na orla do Guaíba na última terça-feira (24).

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O drone é visto como uma alternativa eficiente para a desinfecção de ambientes abertos: pode carregar 10 quilos de produtos químicos, não envolve a exposição de pessoas e pode agir sobre até 25 hectares em um único dia, incluindo áreas de difícil acesso. A aeronave em questão foi adaptada a partir de um veículo agrícola que pulveriza produtos sobre grandes áreas plantadas.

 Drones Empresa Testa Para Desinfecção De ruas Em Porto Alegre 28 de março de 2020

Empresa

– Nós já usamos esse pulverizador para combater o zika vírus, o que foi chamado de “zika killer”. Somos a empresa mais antiga do Brasil no desenvolvimento de não tripulados. Nos oferecemos para ajudar neste momento atípico – conta o diretor fundador da empresa, Ulf Bogdawa.

Contudo parceiros na China, a SkyDrones solicitou protocolos de desinfecção para saber sobre os produtos aplicados. A partir disso, as substâncias foram dosadas, com apoio do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

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Os drones foram utilizados em diferentes lugares do mundo durante a pandemia de coronavírus. Além da China, França e Bélgica, entre outros países, também usaram as aeronaves para pulverizar produtos e também informar sobre as medidas de enfrentamento.

Contudo como a empresa tem equipamentos de teste disponíveis, colocou-se à disposição, sem custos, para ajudar a prefeitura de Porto Alegre na desinfecção de ambientes públicos.

– É mais uma tecnologia que a gente produz para um fim, mas que também pode utilizar para outro – comemora Bogdawa.

Agora, cabe ao Executivo a palavra final e a definição de necessidade sobre o assunto. Para o secretário de Saúde de Porto Alegre, Pablo Stürmer, a ideia vem para ajudar:

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– Achei muito interessante a proposta. É uma maneira muito prática de disseminar produtos químicos. Solicitei testes de eficácia, para saber o quanto o produto realmente fica aplicado na superfície, para pensarmos em aplicar em larga escala. Está em fase de estudos – afirma.

Viabilidade Drones

Embora já o secretário de Serviços Urbanos, Ramiro Rosário, ressalta que ações de limpeza e desinfecção já estão sendo tomadas na Capital. Foi feita a aquisição de insumos, e o número de equipes aumentou. O trabalho é feito em áreas abertas e fechadas, como sanitários públicos, onde foi disponibilizado sabonete líquido. A iniciativa, no entanto, é vista com bons olhos:

– Se a gente conseguir mecanizar ações com outros tipos de equipamentos eficientes, é ótimo. Além dos pontos positivos já ressaltados, o drone é bom para superfícies irregulares e lugares muito amplos. Foi um primeiro teste, e ainda precisamos ter a eficácia comprovada para utilizar como recurso para a cidade.

Por enquanto, não há uma data prevista para o próximo teste.
Contudo como o equipamento já foi disponibilizado pela empresa, o custo não é alto para manter este procedimento em larga escala. Segundo a empresa, cada voo drones gasta em torno de R$ 150.

Embora os custos envolvem as baterias necessárias para os drones e também os produtos químicos. A ideia é que seja feita uma parceria para doações por outras empresas ou instituições.

Assim sendo pesquisadora do Instituto de Química da UFRGS Nadya Pesce da Silveira ressalta que os produtos químicos pulverizados são semelhantes aos usados em casa, a base de cloro. A diferença é que ele é dispersado com partículas pequenas que carregam o produto.