De todas as proteínas animais existentes, a suína é a mais consumida no mundo todo. Mesmo não fazendo parte da alimentação de uma significativa parcela da população por motivos religiosos – principalmente muçulmanos, hindus, judeus e adventistas – em 2018, a carne suína respondeu por 42,9% do consumo mundial.

De frango foram 34,6% e de carne bovina 22,5%. Os dados são do DEPEC – Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em pesquisa divulgada em 2019.

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Carne Suína: Mercado Doméstico Ainda É Um Gigante A Ser Conquistado 24 de fevereiro de 2020

Produção Suína

Naquele ano, ao todo, o mundo produziu 117 milhões de toneladas da proteína. Desse volume, o Brasil participou com 3,75 milhões de toneladas.

O país hoje é o quarto maior produtor e exportador da proteína no mundo, atrás apenas da China, União Europeia e Estados Unidos.

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Para o USDA, em divulgação de suas últimas projeções, a produção de suínos em 2020 aumentará 3,5%, impulsionada pelas demandas de exportações recordes, que subirão para 15% este ano.

Mas um novo fator também alavanca a suinocultura no país: mudança no gosto (e da mesa) do brasileiro.

Consumo brasileiro de carne suína

A média de consumo nacional é em torno de 15,6 kg/per capita/ano, segundo o DEPEC. Ainda que seja semelhante à mundial, está distante do volume consumido por China e Hong Kong, ou até mesmo da União Europeia. Nesses lugares, de acordo com dados do National Pork Board de 2015, o consumo passava de 40 kg/ano por pessoa.

Nos Estados Unidos e na Rússia, grandes produtores e exportadores da proteína, o consumo é de 29,2 kg/ano e 21,2kg/ano, respectivamente.

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Segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal, o consumo interno é crescente: em 1996 era de 11,6 passando para 15,1 em 2016 até chegar aos atuais 15,6 kg/ano.

Ainda assim, a proteína suína é a terceira na preferência do brasileiro. A do frango é a mais consumida (42 kg/ano per capita), e a do boi aparece em segundo lugar (30,7 kg/ano per capita).

Para a diretoria da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC), um conjunto de fatores ainda fizeram dessa proteína um produto pouco popular ao consumidor brasileiro. Um deles é a questão climática. Países com climas mais frios tendem a consumir mais carne suína.

Outro ponto é a cultura. Isso explica porque em Santa Catarina, forte na indústria da suinocultura, o consumo da proteína está acima da média do país, com algo em torno de 24 kg/ano por pessoa.

Mas talvez o fator principal, para a Federação, seja o preconceito. Por muito tempo se associou o consumo da carne de porco à obesidade e à doenças.