Os produtores de milho foram os mais afetados pela falta da chuva no Rio Grande do Sul, segundo a nova projeção para a produção safra de verão. Portanto os dados foram divulgados pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural em conjunto com a Emater.
Sendo assim a partir do levantamento, a produção de milho caiu 1,2 toneladas em relação ao levantamento de agosto de 2019, um percentual de 21,1%.
As novas estimativas foram apresentadas na manhã desta terça-feira (3) na 21ª Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, no Norte do estado. Embora o levantamento foi realizado na segunda quinzena de fevereiro e foram analisadas plantações de arroz, feijão, milho, milho de silagem e soja.
Segundo o Secretário da Agricultura do RS, Covatti Filho, será preciso criar novas ações para driblar a estiagem na produção.
“O estado vive uma grande seca. A falta de chuva pros próximos dias pode piorar ainda mais a situação.”
Seguidamente a produção mais afetada foi a de milho silagem, que é usado para ração animal. Segundo os dados, houve uma queda de 20,7% na produção.
“A região Sul concentra a maior parte da produção de aves e suínos. Existe, nesta e em outras regiões, um alerta em relação à possibilidade de faltar produção milho ou de este produto agrícola ficar muito caro.
A demanda em 2019 foi muito grande e a maior parte do milho entra no mercado somente no segundo semestre do ano, com a safrinha. Os preços do cereal estão sustentados e uma oferta menor deve contribuir para esse cenário de preços altos, principalmente até se ter uma ideia mais concreta dos resultados da safrinha”, afirma.
Segunda safra de milho
A INTL FCStone também estima um leve corte na produção do milho safrinha, passando de 72,1 milhões de toneladas, projetado em dezembro de 2019, para 71,97 milhões de toneladas. O recuo foi condicionado pela revisão de área em alguns estados, que apesar de pequena, levou o número do Brasil como um todo a ficar em 13,14 milhões de hectares, nível que ainda configura um recorde.
Soja
Todavia já a expectativa da safra de soja subiu de 121,6 milhões de toneladas, em dezembro, para 121,76 milhões de toneladas. Este novo número foi condicionado pela revisão da área plantada em Mato Grosso, que aumentou a área brasileira, alcançando 36,62 milhões de hectares.
As plantações de soja também sentiram os efeitos da falta de chuva. Porém assim houve uma redução de 16% na produtividade esperada – o quanto se colhe por hectare -, que caiu de 3,3 kg/ha para 2,7 kg/ha. Consequentemente, a expectativa é de que o volume produzido caia 3,2 toneladas.
Em suma as plantações de feijão e arroz foram as que menos sofreram com a estiagem – 8,7% e 1,8%, respectivamente. “A seca vai diminuir muito a colheita. Mais ainda do que se esperava”, acrescenta o secretário.
